
Você já pensou em começar uma terapia, mas travou por não saber exatamente como seria uma sessão?
Essa dúvida é muito comum — e totalmente compreensível. Quando estamos vulneráveis emocionalmente, não saber o que vai acontecer pode gerar ainda mais insegurança. Por isso, esse texto é um convite para desmistificar: o que acontece numa sessão de EMDR ou Brainspotting? Como esses métodos funcionam na prática?
Aqui, você vai encontrar um retrato claro, acolhedor e acessível de como essas abordagens terapêuticas acontecem no consultório.
Sessão de EMDR: o que acontece?
O EMDR segue um protocolo estruturado, com etapas definidas e conduzidas com muito cuidado. A primeira parte do processo é sempre de acolhimento e preparação: o terapeuta conversa com o paciente, entende suas demandas, e explica tudo que será feito com antecedência.
Em uma sessão típica, o EMDR pode incluir:
- Identificação de uma memória traumática, sensação corporal, crença negativa ou emoção desconfortável
- Estímulos bilaterais (como movimentos com os olhos, sons alternados ou toques leves)
- Momentos de pausa e relato livre das percepções que surgem
- Reprocessamento da memória, que vai aos poucos perdendo a carga emocional negativa
- Instalação de crenças positivas (sensações de segurança, força, resiliência)
Tudo isso acontece respeitando o tempo e o limite da pessoa. Nada é forçado. O EMDR não exige que você conte tudo em detalhes, e isso é um grande alívio para quem tem medo de reviver a dor.
Sessão de Brainspotting: como é?
O Brainspotting é mais sutil e mais intuitivo. Ele parte da ideia de que o corpo guarda memórias profundas — e que, por meio do olhar, conseguimos acessar pontos específicos do cérebro emocional.
Numa sessão, o terapeuta pode utilizar uma caneta, um ponteiro ou até os próprios dedos para ajudar a pessoa a encontrar o seu brainspot — um ponto no campo visual onde a dor emocional se manifesta.
A partir disso, a sessão segue com:
- Observação das sensações físicas e emocionais
- Silêncio terapêutico, que permite ao corpo “trabalhar” sem interferência
- Intervenções pontuais do terapeuta, que ajudam a manter a regulação emocional
- Fechamento gentil da experiência
É comum que os efeitos do Brainspotting continuem reverberando depois da sessão, como se o cérebro seguisse trabalhando naquilo que foi acessado.
O que esperar emocionalmente?
Essas abordagens não são “leves” no sentido superficial. Elas são profundas, mas profundamente respeitosas. É possível que a pessoa chore, sinta o corpo reagir, se emocione, ou até estranhe a intensidade da experiência.
Mas tudo isso acontece num espaço seguro, com um profissional treinado para cuidar de você naquele momento.
Perguntas frequentes
Preciso contar meu trauma em detalhes?
Não. Em ambas as abordagens, você pode trabalhar suas memórias sem precisar reviver tudo em palavras.
O que acontece se eu travar durante a sessão?
O terapeuta está ali para regular esse processo com você. Existe sempre uma “estrada de volta”.
E se eu não conseguir acessar nada?
Tudo bem também. O processo é seu. Às vezes é preciso mais tempo. Não existe certo ou errado.
Terapia que cuida até no silêncio
EMDR e Brainspotting são abordagens que ampliam as possibilidades de cuidado emocional. Para quem já tentou terapia tradicional e não se sentiu confortável, ou para quem sente que há algo guardado além da fala, esses caminhos podem abrir novas portas.Se você quer saber mais, no próximo texto vamos falar sobre as pesquisas e evidências científicas que comprovam a eficácia dessas técnicas. Até lá, se cuida e, se puder, acolha-se com gentileza.