
A ideia de “cuidar de si mesmo todos os dias” parece ótima na teoria. Mas, na prática, muita gente sente frustração, cansaço ou até culpa por não conseguir manter uma rotina de autocuidado. Isso porque, muitas vezes, o que é vendido como autocuidado exige mais do que a vida real comporta.
Se você já se sentiu assim, esse texto é pra você.
Cuidado emocional não precisa ser grandioso. Precisa ser possível.
A verdade é que o cuidado emocional mais transformador não acontece em gestos perfeitos. Ele acontece na repetição silenciosa de pequenos compromissos que fazem sentido pra você.
- Deixar o celular de lado por 20 minutos
- Tomar água ao acordar
- Respirar fundo antes de responder algo difícil
- Ir dormir 30 minutos mais cedo
- Escrever uma frase sobre como você se sentiu naquele dia
Parece pouco? Não é.
É consistência — e consistência, mesmo imperfeita, é o que muda as coisas.
A rotina não precisa ser rígida. Ela precisa ser gentil.
Autocuidado não é um plano ideal que se aplica igual pra todo mundo. Ele muda de acordo com a fase da sua vida, com seus recursos emocionais e com sua energia disponível.
Nos dias bons, ele pode ser um passeio no fim da tarde.
Nos dias difíceis, ele pode ser apenas não se cobrar tanto.
Você pode ter ciclos — e, mesmo assim, ter uma base estável de apoio emocional.
Essa base é feita de hábitos simples, repetidos com afeto.
Quando tudo está bagunçado, por onde começar?
Se sua vida está acelerada, sobrecarregada ou atravessando um momento de crise, o cuidado emocional precisa ser ainda mais adaptado. Nesses casos, a regra é: comece pequeno e comece de onde você está.
Aqui vão três perguntas que podem ajudar:
- O que tem me feito sentir um pouco melhor?
- Que pequenos sinais o meu corpo me dá quando estou passando do limite?
- Qual é o cuidado mais simples que eu poderia oferecer a mim hoje?
Esse é um bom ponto de partida. E ele é seu.
Cuidado emocional também é estratégia
Se você consegue organizar sua agenda para dar conta do trabalho, da casa e de outras pessoas, também pode (aos poucos) aprender a planejar o cuidado consigo mesmo.
Isso não é egoísmo. É manutenção da sua saúde.
É o que te permite continuar oferecendo o que você tem de melhor — inclusive aos outros.
Não precisa ser perfeito. Precisa ser real. Precisa caber na sua rotina.
Criar rotinas possíveis de cuidado emocional é uma forma de dizer pra si mesmo:
“Eu sou importante. E mesmo que eu não consiga tudo, eu me levo em consideração.”
No próximo texto, vamos falar sobre como o acolhimento pode — e deve — existir também nas relações com o outro. Porque cuidar de si também passa por ser cuidado, escutado e respeitado no coletivo.