neurociência na terapia usando o cérebro a seu favor

A neurociência revolucionou a maneira como pensamos a saúde mental e abriu um mundo de possibilidades para o tratamento de questões psicológicas. Em particular, o EMDR e o Brainspotting estão se tornando terapias cada vez mais populares, graças à sua capacidade de desbloquear o poder de cura do cérebro e restaurar o equilíbrio mental e emocional. Explorando cada um destes tratamentos, podemos obter uma melhor compreensão da ciência por trás deles e como eles podem ser aplicados para criar mudanças positivas na vida das pessoas. Conheça a neurociência na terapia.

Introdução à Neurociência e Saúde Mental

O cérebro humano é um órgão incrivelmente complexo com uma imensa capacidade de aprendizagem e crescimento. É responsável por uma variedade de funções, desde a emoção e o comportamento até a memória e o pensamento. Como tal, entender o cérebro e como ele funciona é essencial para entender a saúde mental e as questões psicológicas. Os neurocientistas estudam a estrutura e função do cérebro e suas redes neurais associadas, a fim de melhor compreender o papel do cérebro na saúde mental e nas questões psicológicas.

Os problemas de saúde mental podem ser causados por uma variedade de fatores, incluindo biológicos, psicológicos, sociais e ambientais. Os neurocientistas identificaram uma variedade de fatores biológicos que podem afetar a saúde mental, incluindo genética, química do cérebro e saúde física. Além disso, fatores psicológicos tais como estresse, trauma e personalidade também podem afetar a saúde mental. Ao entender a ciência por trás desses fatores é possível desenvolver terapias que visam as causas subjacentes dos problemas de saúde mental, ao invés de simplesmente tratar os sintomas.

A ciência por trás das terapias baseadas em neurociências

As terapias baseadas nas neurociências baseiam-se na ideia de que o cérebro pode ser treinado para responder de forma diferente a certos estímulos.Este é o conceito de neuroplasticidade. Ao entender como este órgão funciona e como ele responde, os neurocientistas são capazes de criar terapias que podem ajudar a aliviar os sintomas e restaurar o equilíbrio.

Uma das terapias mais comuns baseadas na neurociência é a Dessensibilização e Reprocessamento do Movimento dos Olhos (em inglês a sigla é EMDR – Eye Movement Dessensitization and Reprocessing). Esta terapia combina movimentos bilaterais oculares, som e toque para ajudar o processo cerebral e integrar experiências traumáticas. Isto pode ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

Outra terapia baseada na neurociência é o Brainspotting. Esta abordagem utiliza a posição ocular fixa do cliente para estimular o cérebro. Esta estimulação ajuda a ativar a neuroplasticidade do cérebro, permitindo que ele crie novos caminhos e conexões. Isto pode levar a um maior foco e a uma melhor regulação emocional ou até a ressignificação de determinadas situações da vida do indivíduo.

Benefícios da neurociência na terapia

As terapias baseadas na neurociência têm uma variedade de benefícios, incluindo a melhoria da saúde mental e da regulação emocional. Essas terapias podem ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade, depressão e TEPT, bem como ajudar os indivíduos a regular melhor suas emoções e a construir estratégias saudáveis de sobrevivência. Além disso, as terapias baseadas na neurociência podem ajudar os indivíduos a identificar e processar traumas, permitindo-lhes compreender e administrar melhor suas emoções.

As terapias baseadas na neurociência também podem ajudar a reduzir o estigma que envolve a saúde mental. Ao entender a ciência por trás do cérebro e saúde mental, os indivíduos são mais capazes de reconhecer e aceitar as questões emocionais como uma parte normal da vida, permitindo que os indivíduos procurem ajuda sem medo de julgamento ou vergonha.

Explorando o EMDR

Como já disse, o EMDR é uma terapia baseada na neurociência que combina movimentos oculares, som e toque.

Durante cada sessão, o terapeuta guiará o cliente através de uma série de movimentos oculares enquanto ele reprocessa a experiência traumática. O terapeuta também fornecerá orientação, presença e apoio verbal durante todo o processo. O objetivo do EMDR é ajudar o cliente a processar e integrar a experiência, permitindo que ele obtenha uma visão e compreensão de suas emoções e reações.

Examinando o Brainspotting

Brainspotting também é baseado em neurociência e, ao invés de movimentos oculares e táteis, utiliza pontos fixos do campo de visão do indivíduo.

Durante as sessões, o terapeuta “escaneia” o campo de visão do cliente em busca do ponto onde este sente maior ativação (sensação corporal) quando pensa em determinado assunto. Isso ajudará o cliente a identificar questões específicas que estão associadas ao problema com o qual eles estão lutando. 

O Brainspotting também é considerado eficaz no tratamento de vários problemas de saúde mental, tais como ansiedade, depressão, TEPT e traumas. Além disso, também é utilizado para trabalhar a performance em determinada área, como por exemplo a capacidade de falar em público.

O MATES 

Apesar de não ser uma abordagem, trago o Programa de Regulação do Cérebro – MATES a esta lista porque ele, como o próprio nome diz, está intimamente ligado a este órgão tão poderoso.

Com o MATES, o terapeuta é capaz de explicar o funcionamento do cérebro ao seu cliente e assim este pode entender melhor seus comportamentos e porque reage de determinada forma às situações.

Além disso, é como se o MATES preparasse o cliente para a terapia, pois muitas questões são difíceis de serem encaradas.

Conclusão

Eu tenho formação em todas essas áreas (EMDR, Brainspotting e MATES) e as utilizo constantemente em minha prática profissional. Com essas terapias baseadas em neurociência eu sinto que consigo acessar questões de meus clientes que a terapia baseada na fala demoraria muito mais para alcançar.

Tudo isso por conta do funcionamento fisiológico do cérebro que foi “desenhado” para promover a cura, assim como todos os órgãos de nosso corpo.

O MATES coroa o uso das outras duas abordagens, pois traz o que chamamos de “psicoeducação” e torna a compreensão do processo terapêutico mais clara e simplificada.

Que tal vir conhecer, comigo, essas abordagens?